segunda-feira, janeiro 22, 2007

.Poema de um ponto.


Álcool e carne desprendida no espaço! Sem humanidade, sem doçura, metade de um ser, onde somente Caim habita!

Uma imagem que sempre tem no fundo garrafas brilhantes dispostas simetricamente. Moldura pouco minimimalista para Ela em seu paraíso de taças e futilidades. Cenas bizarras no frontal triangular no templo de Perséfone. - Por favor, um pouco de Baudelaire e um Marlboro Red!

Por tantas vezes fechei os meus olhos com força em meio à madrugada! Pretendia espantar o medo de encontrar olhos tão tristes e corpo cansado, intoxicados por poções e perturbados por pensamentos inacabados e coração tempestuoso.

Medo que a encantadora velocidade dos acontecimentos fosse destruída por uma realidade que não queria crer existir. No calendário Maia o sol retorna ao seu ponto inicial. Agora!? Agora a certeza! Por isso em parte acalmo meu coração por não mais ter que imaginar alguém que nunca existiu, e por outro, finalmente em toda a loucura de viver, poder me arrepender de algo!

Infelizmente todo o ódio da crucificação da areias de Jerusalém! Todo a dor das orações e todo o sangue derramado pelos pecados... foi me entre como um pequeno presente! Na Caixa de Pandora... nem mesmo a esperança de carinho resistiu a tanto mal!

Livre de tudo e de todos... me refresco na brisa salgada do mar e admiro com devoção o pôr-do-sol atlântico. Sou gênesis novamente! O cheiro do enxofre se dispersa em meio a imensa felicidade!

Lá vai Ela em passos etílicos ela novamente se misturar à multidão! Tenho certeza que não posso mais encontrá-la! Sem brilho... somente mais um rosto anônimo e estéril.

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(Não é de minha autoria. É para lembrar que nem sempre é o destino. Às vezes pode muito bem ser a ocasião. E assim dizia Butter, o pato)

3 comentários:

Anônimo disse...

Tinha uma época que eu escrevi coisas parecidas.. Acho que era muito Vampire e Anne Rice na cabeça, haha ;)
Um beijo

Ataisa Antonia disse...

Oi mulher...
Deixei ele meio abandonado por um tempo, há pouco vi teu comentário.
Não sei se já te disse, mas gosto um montão das coisas que tu escreve, mesmo antes da gente se falar espiava o teu fotolog. Eu escrevo de vez em quando, sem pretensão, é um jeito de tentar colocar pra fora o que não quer ficar guardado. Não tenho muito controle, sai quando quer, não quando eu quero. Nem sempre gosto (na maior parte das vezes não, na verdade), mas ainda assim não deixo de escrever.
O zine é uma história que não sei a quantas anda... tá morto, ao menos por um tempo. Tenho pensado muito seriamente em ressucitá-lo. Mas, quando puder, não deixa de escrever pra ele, porque acho que é uma idéia muito boa pra não acontecer.

Beijo, moça querida.

Anônimo disse...

"Ela pensava que a ocasião fazia o pecado e ignorava que o pecado forja a ocasião!"

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Rainha Marguerite de Valois França [1533-1615].