sábado, outubro 28, 2006

Meu sangue é quente?


Meu sangue é quente?

Quem vai querer provar meu sangue e depois (somente depois)
voltar pro ninho?

Eu desejo que alguém chupe o meu sangue e me dê o seu.
Eu quero experimentar vários tipos de sangue.
É no sangue que correm todas as experiências, inclusive as inválidas (existem essas?)
De repente, com essa permuta de sangues, tudo o que não valeu se arrependa e se torne algo inefável e esplendoroso.
De repente, quem sabe, os humanos comecem a gostar de sangue
(por enquanto só gostam de derramar)

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Logo depois que eu escrevi aquilo ali em cima, escrevi isso:
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[Eu não sei mais escrever.
E é isso que eu vou fazer por toda a vida.
Estou vivendo demais e escrevendo de menos.
Às vezes, eu preciso deixar de lado essa idéia de viver somente.
Sem que eu escreva nada mais é vida.
É uma ilusão de que existem outros parâmetros.
Um ser como eu longe das palavras pode tornar-se um nada.
Preciso tornar a arte que existe em mim magniviciosa e sem limites.
Tanto como a vida. O que espero pra minha vida.]
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Análise Psicológica: Isso foi escrito há mais cinco anos. Ou seja. Eu sempre passo por essas fases paradoxais e desesperadas. Sou uma inconformada, na verdade, com o que eu escrevo, pq eu acho tudo muito óbvio, sem criatividade. Tudo parece cópia, com exceção de algumas coisas. Parece que eu tirei da cabeça de alguém, sei lá. Por isso gosto de letras de música, de diálogos de filme, de poesia-pronta. Porque tem algumas que eu sinto que tive alguma participação, sem tê-las escrito... Anyway... tudo são ciclos: viver, escrever, escrever, viver... fuder-se, se dar bem, entristecer, enlouquecer, obscurecer, iluminar ambientes, blablablablabla... Mas para isso criei esse blog. Para colocar os meus ciclos aqui. Não como um diário, mas como coisas importantes que aconteceram e merecem ser guardadas. Com cada detalhe. E é isso que cada pseudo-poema daqui representa. Quando acabarem os escritos antigos, talvez já existam outros, de agora, já antigos também. Póstumos, quem sabe. Daí precisarei contratar alguém pra digitá-los. Importante coisinha: preciso fazer um testamento.
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quarta-feira, outubro 25, 2006

Coisa séria



















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Você, assim como eu
Procura apenas
Ainda não encontrou
Anda pela vida afora
ocupado com o tempo
com "coisas sérias"
(ah! futilidades!)
Esperando o amor chegar.
Às vezes chega.
Será que é?
Às vezes parte.
Será que era?
Não sei.
Se mandamos embora nunca vamos saber.
Mas às vezes é preciso
mandar embora.
Pra virar poema
e a gente nunca mais
Esquecer.
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(escrito no final de 2004. acho que um dos últimos que escrevi na vida. achei num caderninho aqui. acho que eu estava em crise. existencial, talvez.)

quinta-feira, outubro 19, 2006

Normalidade toda (mais porquês)


A falta que faz uma boa lua em qualquer noite é cabal.
Eu quero ser tão forte quanto o sol
que ilumina a deusa lua para que tudo se dissipe.
Será o véu sob o qual eu me escondo da mesma consistência daquela luminosidade atroz que arrebata a noite fingindo-se de lua?
Não consigo nem fazer as perguntas certas.
Como é que eu vou conseguir uma mal-acabada resposta (que seja)?
Como é que eu vou conseguir uma boa poesia para vender por dois reais algum dia (em guardanapos)???
Como é que eu vou encontrar a minha tristeza pra me fazer chorar?
Eu acho a tristeza tão bonita, tão corajosa.
Eu digo que odeio a covardia, mas onde está minha coragem?
Não consigo nem sair desta guerra onde eu me joguei... não sei me libertar disso.
Odeio a covardia.
Odeio a falta de brilho.
Odeio a idiferença.
Odeio.
Mas às vezes sou covarde, igual a tudo em minha volta, sem luz alguma.
Quase sempre vejo isso em você ultimamente.
E percebo que não há nada para admirar na sua imagem. Você é um comum mortal.
Às vezes covarde. Às vezes louco. Às vezes disposto a mudar, a sair... mas às vezes fraco e volúvel, muito volúvel...
E isso é natural.
Me diz então... por que eu não consigo me acostumar com essa normalidade toda que existe no mundo??
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(por volta dos anos noventa, quas dois mil, eu realmente era convicta de que sugava a alma do ser e que podia entendê-lo. detalhe. sem entender porcaria nenhuma sobre eu mesma. ótimo isso. e eu tinha uma noção de planetas, quem ilumina quem, etc. etc.... bem... como tenho até hoje...hehe)

terça-feira, outubro 17, 2006

Estrelas demais




















Você me perdeu dentro de um mundo que eu já conhecia.
Parei - estou olhando ainda - não atravessei.
E penso que um certo dia desses bastará para que meu medo vá embora,
minha energia volte.
Tão pura quanto antes.
E assim, eu atravesse suas paredes e,
arraste seus móveis,
e queira ver através de mim - aquilo que eu já sei que existe - mas que
tenho (aquele) medo.
Porque em meu universo existem estrelas demais.
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(atrás de um folder de oito de maio de mil novecentos e noventa e oito)

terça-feira, outubro 10, 2006

Perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto

Eu vi uma garotinha com grandes olhos pretos
Ela ri o todo e engasga quando fala muito
Ela chora por besteira e ri da vida alheia
Seu lazer é olhar para o nada
Ficar imaginando o seu barquinho no mar.
Ela sonha com a onda gigante
Que atropela o seu barquinho e destrói
Ele era de papel...
Ela acha que vai morrer o tempo todo
Tem medo de aranhas
E quando ela está no mundo das águas, perdida...
Só procura o seu amor...
A garotinha olha para todos os lados:
- Onde está seu garotinho?
Ela sabe que ele existe.
Ela já falou com ele.
Já beijou ele.
Morre por ele o tempo todo.
E tem uma foto dele na sua carteira.
Ela e o garotinho queriam ficar juntos para sempre...
(só os dois se salvam no final do meu sonho...)
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[essa é boa. parece escrita por uma criança mesmo. peguei de um dos meus cadernos de faculdade que eu joguei fora fazendo arrumação aqui em casa. e tem cada coisa que eu escrevia na faculdade...hehe. fico perdida só de pensar no quanto eu me perco...acho que isso é dois mil, dois mil e um. gostei do início e do meio. depois, no final, parece que eu não queria contar exatamente a história que eu queria escrever. estou disfarçando e usando mensagens subliminares pra evitar alguma coisa naquela época. ficou muito felizinho meu final. sem sangue. hehe)